Como todos sabemos, o Ceratocone é uma doença que tende a progredir, ou seja, tende a piorar com o passar o tempo. Isso pode acontecer em qualquer idade, mas costuma acontecer principalmente nos jovens, tanto que estudos internacionais mostram que 88% das crianças com Ceratocone apresentam progressão. A maior preocupação com a progressão do ceratocone é a piora na visão, com dificuldade no uso de óculos, lentes de contato e até no implante do anel de intraestromal (Anel de Ferrara), sendo o Transplante de Córnea muitas vezes a única opção de tratamento.
Portanto, o Ceratocone é uma doença na qual não podemos perder tempo quando temos progressão.
A principal função do Crosslinking é estabilizar o ceratocone, e não melhorar a visão. Alguns pacientes podem até ter redução do grau e melhora da visão após a cirurgia, mas alguns também podem até piorar um pouco a visão por alguma eventual leve cicatriz do procedimento (processo chamado Haze, geralmente transitório e nos primeiros meses). Contudo, quando o procedimento é bem indicado e feito por um oftalmologista especialista, o risco é muito menor que o benefício, pois a progressão do ceratocone pode piorar muito a visão.
O Crosslinking geralmente é indicado para todas as crianças menores de 18 anos (pelo alto risco de progressão) e para todos os pacientes que apresentam progressão documentada nos exames (principalmente na topografia e tomografia de córnea) ou piora no grau e na visão.
O Crosslinking não é indicado em pacientes com histórico de herpes ocular, em casos de ceratocone muito avançado no qual a córnea é extremamente fina (casos muito raros), doenças autoimunes ou doenças da superfície ocular.
O crosslinking consiste na aplicação de luz ultravioleta (UVA) após o uso de um colírio de Riboflavina (Vitamina B2) para sensibilizar a córnea. O protocolo mais moderno, o Fast Crosslinking, consiste na aplicação do colírio por 10 minutos e da luz UVA por mais 10 minutos.
É um procedimento indolor de ser realizado, contudo o pós-operatório pode ser um pouco desconfortável. É comum sentir irritação, ardência, sensação de areia e embaçamento visual nos primeiros 10 dias da cirurgia. Depois, os incômodos acabam, mas a visão pode ficar um pouco embaçada por até 3 meses.
A efetividade do tratamento gira em torno de 80 a 90% dos casos, ou seja, apenas 10% dos casos pode sofrer alguma progressão após o tratamento. Nesses casos, pode ser necessária uma segunda aplicação do tratamento, a qual geralmente pode ser feita sem problemas.
Acompanhe os principais artigos sobre Ceratocone em meu Blog.
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