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O Ceratocone é uma doença da córnea que geralmente atinge jovens entre 10 e 25 anos. Essa doença faz com que a córnea seja mais maleável que o normal, assim a córnea fica progressivamente mais fina e mais curva. Isso gera uma distorção na visão, com aumento do grau e piora na visão. Além disso, é uma doença que tende a progredir, ou seja, ela piora lentamente com o passar do tempo se nada for feito.
Nessa foto podemos ver uma imagem lateral da córnea mostrando um afinamento importante do centro da córnea.
O Ceratocone causa piora progressiva na visão. Ou seja, as pessoas começam a ter dificuldade para leitura tanto de perto quanto de longe. É comum jovens reclamarem de dificuldade para estudar ou ler o quadro ou slides na escola. É muito comum a associação com coceira ocular. Essa coceira é decorrente da conjuntivite alérgica que muitas vezes está associada ao ceratocone.
O Ceratocone tem diversas causas, muitas delas ainda desconhecidas. Aproximadamente 10% das pessoas tem um fator genético, mas o principal fator de risco é a alérgica ocular. O ato de coçar os olhos pode desencadear e piorar o ceratocone. Também existe grande associação com Síndrome de Down.
O Ceratocone é uma doença com um amplo espectro, isso significa que ele pode se manifestas de diversas formas e em diversas intensidades. Dois aspectos são importantes para classificarmos o Ceratocone, o primeiro é seu aspecto de curvatura da córnea, o que chamamos de morfologia, que nada mais é do que a sua forma quando fazemos os exames da superfície da córnea (Topografia e Tomografia de Córnea). O segundo é o seu grau de curvatura, ou seja, o quanto o ceratocone está curvo e avançado. Naturalmente, quando mais curvo o ceratocone, mais ele afeta a visão e mais desafiador é o tratamento.
Imagem de uma Topografia de Córnea (exame mais importante para avaliar a superfície da córnea e o Ceratocone):
Os exames de Tomografia ou Topografia da Córnea conseguem mapear a curvatura da córnea e geram imagens que são representações gráficas da curvatura da córnea. Geralmente esses se encaixam em padrões comuns de Ceratocone.
A classificação mais utilizada na atualidade foi desenvolvida pelo Professor Jose F. Alfonso do Instituto Oftalmológico Fernandez-Vega em Oviedo, Espanha. Nessa classificação consideramos vários aspectos, como a simetria e localização, conforme a imagem abaixo:
Já a Classificação do Grau do Ceratocone leva em conta principalmente o ponto de maior curvatura da córnea. Imagine que a córnea no Ceratocone é como uma montanha, então o Ceratocone é classificado pelo ponto mais alto e curvo no cume da montanha.
A classificação mais atual utilizada é de Amlser-Krumeich que classifica o Ceratocone em 4 graus:
Quanto maior o grau do Ceratocone, maior o prejuízo à visão e mais limitado o tratamento. Geralmente no Grau I os óculos são suficientes para melhorar a visão, já no Grau IV pode ser necessário o Transplante de Córnea.
Como é o tratamento do Ceratocone?
O tratamento do Ceratocone depende do estágio da doença e da progressão da mesma. Nos estágios iniciais o uso de óculos ou lente de contato rígida podem ser o suficiente para garantir uma boa visão.
Nos estágios intermediários os óculos e lente de contato não conseguem mais melhorar a visão pela alta distorção da córnea. Nesses casos pode ser necessário o Implante de Anel Intraestromal (Anel de Ferrara).
Já nos estágios avançados esses tratamentos não costumam ter resultado e pode ser necessário o Transplante de Córnea Lamelar. No tipo lamelar fazemos a troca apenas da camada anterior da córnea, diminuindo muito a chance de rejeição do transplante.
Acompanhe os principais artigos sobre Ceratocone em meu Blog.
