A blefarite é um problema muito comum, presente em grande parte da população. Estudos mostram que 37 a 47% das pessoas podem ter esse problema, muitos mesmo sem saber. É muito comum em quem tem sensação de areia nos olhos, coceira nos olhos e nas pálpebras, vermelhidão na margem palpebral, queda de cílios e ressecamento ocular. Muitas pessoas têm esses sintomas e já usou muito colírio lubrificante, mas não teve melhora nos sintomas. Isso acontece porque o lubrificante funciona para melhorar o desconforto, mas não trata a sua causa, ou seja, a blefarite. Vou explicar como funciona essa doença, como tratar a Blefarite, tirar as principais dúvidas e explicar como você pode melhorar.
O que é Blefarite?
A Blefarite é a inflamação da margem palpebral. É causado por diversas causas, geralmente por uma associação de excesso de gordura na pele com aumento da flora bacteriana local.
Quais os sintomas da Blefarite?
A inflamação na margem palpebral pode causar prurido (coceira) na margem palpebral, queda de cílios e hiperemia (vermelhidão) na margem palpebral. Contudo, o principal sintoma associado à blefarite é o olho seco. Primeiro precisamos entender que lágrima possuiu basicamente 3 partes (aquosa, lipídica e de mucina). A mais importante na lubrificação ocular é a lipídica, sendo produzida pelas Glândulas de Meibomius que ficam justamente na margem palpebral.
Como a Blefarite causa inflamação da margem palpebral, causa também inflamação nessas glândulas, provocando uma piora na qualidade da produção lacrimal e, consequentemente, olho seco. Os principais sintomas do ressecamento são: sensação de areia nos olhos, ardência, vermelhidão e sensibilidade a luz.
Como diagnosticar a Blefarite?
O diagnóstico da Blefarite depende do exame oftalmológico. Durante o exame podemos ver a inflamação na margem palpebral, formação de crosta na base dos cílios e sinais de ressecamento ocular. A seguir veremos como Como tratar a Blefarite.
Como tratar a Blefarite?
O tratamento da blefarite depende de uma boa higiene palpebral para a remoção das crostas. O acúmulo das crostas aumenta a flora bacteriana e os mediadores inflamatórios. A limpeza pode ser feita com shampoo infantil neutro ou com produtos oftalmológicos específicos, mas o importante é a forma com qual é feito.
Veja as dicas para uma limpeza eficiente dos cílios:
- O importante é fazer a limpeza diariamente, em geral uma vez ao dia
- Faça a limpeza na hora do banho, pois a água morna do banho auxilia na limpeza
- A limpeza deve ser feita com os olhos fechados e esfregando sobre os cílios
- O ideal é utilizar uma gaze para a limpeza, pois a fricção com a gaze é mais eficiente que esfregar com o dedo
- Esfregue em média 15 vezes em cada olho
Como a blefarite é um problema crônico, a limpeza diária é fundamental para controlar o quadro. Além disso, muitas vezes precisamos associar pomada antibiótica e anti-inflamatória, em geral usada duas vezes ao dia por 10 dias. Ela também deve ser passada nos cílios com os olhos fechados, contudo se entrar nos olhos não tem problema por ser uma pomada oftalmológica.
Existem outros tratamentos para casos mais complicados, como o uso de antibiótico sistêmico, suplementação com ômega 3, punção de glândulas de meibomius e também o novo e promissor tratamento com Luz Pulsada Intensa.
A Blefarite tem cura?
A Blefarite costuma ser uma condição crônica, ou seja, uma doença que tem controle e não uma cura, como pressão alta, diabetes, entre outros. Isso significa que dificilmente teremos como curar a blefarite, mas é plenamente possível controlá-la a ponto de não apresentar sintomas e ter uma vida confortável com alguns tratamentos.
Agora que você já sabe como tratar a Blefarite…
Apesar da blefarite ser uma doença muito comum, muitas vezes o paciente nem sabe que tem a doença. Ela pode ser a causa de incomodo nos olhos e, se não tratada corretamente, pode gerar muito desconforto. Felizmente, temos muitos tratamentos e formas de melhorar os sintomas. Procure sempre oftalmologistas especialistas e experientes para sua avaliação e tratamento de como tratar a Blefarite.
Lembre-se: Este artigo visa informar o público e não substitui avaliação por médico oftalmologista, que é o único profissional capacitado para realizar o diagnóstico preciso e indicar o tratamento mais adequado para cada caso.